Tipos de projetos elaborados em sala de aula

Interdisciplinaridade: um avanço na educação

Matéria publicada na Revista Nova Escola, em 05/2005.

Um grupo de mãos dadas para ensinar

Há três anos, um apagão obrigou a população a racionar energia e o Brasil a buscar alternativas. A crise, mostrada à exaustão nos noticiários, passou a ser o centro das discussões nas salas de aula. Seis professoras do Colégio Santa Maria, de São Paulo, foram além e se reuniram em torno de um projeto interdisciplinar. Desde então, os alunos estudam fontes alternativas de energia, produzem aquecedores solares e ensinam a população a utilizá-los. O sucesso do projeto se explica principalmente porque os conteúdos de Ciências, Matemática, Geografia, Língua Portuguesa, História e Ensino Religioso foram colocados a serviço da resolução de um problema real, de forma integrada.

Quando o apagão de 2001 forçou milhões de brasileiros a reduzir o consumo de energia elétrica, a professora de Ciências Maria Lúcia Sanches Callegari, do Colégio Santa Maria, em São Paulo, fez uma proposta às 5ªs séries: construir um aquecedor solar (veja modelo didático). Logo a idéia despertou o interesse de outras cinco professoras. Todas se envolveram e, utilizando o horário reservado para o trabalho coletivo, montaram um projeto conjunto, que vem se repetindo anualmente. Para conciliar tantas disciplinas, o planejamento é feito logo no início das aulas. Dessa forma, os professores abordam conteúdos de seu currículo de acordo com as etapas da construção e da instalação do aquecedor.

A professora de Geografia trabalhou o clima brasileiro e conceitos de orientação utilizando a bússola, para que todos localizassem o norte, direção para onde a placa do aquecedor deveria estar voltada ao ser instalada sobre as casas. A de Matemática pediu uma pesquisa sobre o consumo de energia dos eletrodomésticos e explorou conceitos de proporção ao calcular com a garotada o tamanho das placas solares de acordo com o volume das caixas d'água.

Em História, foram resgatados os motivos econômicos que causaram a degradação do meio ambiente brasileiro. Nas aulas de Ciências, os estudantes pesquisaram as fontes de energia no país e quais alternativas apresentam menos impacto ambiental. Com a professora de Língua Portuguesa, eles bolaram questionários para entrevistar as famílias que receberiam o equipamento. O objetivo das aulas de Ensino Religioso foi orientar os estudantes no contato com a comunidade, para que eles compreendessem as razões das diferenças entre a realidade deles e a dos moradores de bairros carentes. "A idéia de doar os aparelhos para a população foi das próprias crianças", lembra a orientadora da 5ª série Ivani Anauate Ghattas.

As avaliações também são formuladas de maneira interdisciplinar. Em História, por exemplo, os estudantes são desafiados a discorrer sobre o extrativismo predatório ocorrido no Brasil Colônia. Além disso, o objetivo é levá-los a associar os prejuízos ao meio ambiente que hoje ameaçam a qualidade de vida, conteúdos que, na teoria, fariam parte do programa de Ciências. Além de confirmarem que a fórmula tem sido vitoriosa no que se refere à aprendizagem da turma, as seis professoras contabilizam ganhos pessoais. "Temos aprendido sempre para colocar nosso conhecimento a serviço dos estudantes", afirma Maria Lúcia.

Leia o restante da matéria, com os outros exemplos de projetos.

NOVA ESCOLA, Revista. Disponível em:

<http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/interdisciplinaridade-avanco-educacao-426153.shtml> Acesso em: 02 maio. 2013.

Curso Online

Curso online de Interdisciplinaridade na Escola por meio da Educação a Distância.

Fonte: <http://www.youtube.com/watch?v=pyrAV1OhNG0> Acesso em: 09 maio.2013.

Projeto Escolar Interdisciplinar 2009

9ª edição do Projeto Interdisciplinar que tem como eixo temático Cidadania: uma construção coletiva.

Fonte: <http://www.youtube.com/watch?v=_g28d5eoTQA> Acesso em: 09 maio. 2013.

Adaptação dos Professores

Como será a adaptação dos professores com a proposta interdisciplinar? Haverá alguma forma de resistência?

Alguns defendem que a interdisciplinaridade pode ser feita por um único professor, individualizada. Porém a riqueza dessa prática se dá justamente na possibilidade do encontro, da partilha, da cooperação e do diálogo. Tendo assim uma ação conjunta entre os professores de desvendar novos saberes, atitude de desafio perante o novo, desafio em redimensionar o velho. Aprender com os colegas, estimulando a pesquisa, a curiosidade e ver que o mundo não é disciplinar. Alguns alegam que a falta de tempo também interfere na elaboração de projetos interdisciplinares. 

A adaptação do professor com a nova proposta, vai depender também da atitude de abertura do professor, de buscar novos conhecimentos e propor a seus colegas que criem projetos em comum e que haja a comunicação entre as disciplinas, sendo observada essa relação na vida real. O docente não pode ficar “acomodado” em apenas uma proposta de ensino e sim ir introduzindo em suas aulas projetos diversificados e olhar com atenção como a proposta está sendo construída. Já pensou como seria a sua adaptação em sala de aula com uma nova forma de ensinar e pensar a respeito dos conteúdos?

De certa forma pode ocorrer um tipo de resistência da parte dos professores, tendo em vista que estão “acostumados” com uma forma de ensino e de planejamento de suas aulas, uma vez que haverá uma mudança em seus projetos ou na forma de como vão abordar tais assuntos. Será que essa resistência também não poderia ser associada a falta de motivação por parte das escolas também? 
O docente ou a equipe de professores não são os únicos responsáveis pela atividade que se realiza em sala de aula, mas também o grupo/classe tem um alto nível de implicação, na medida em que todos estão aprendendo e compartilhando o que se aprende.

O uso da informática e seus recursos na educação

Como podemos utilizar a informática e seus recursos para proporcionar novas metodologias que despertem a atenção do educando?

Grande parte das crianças e jovens, cresceram em meio as tecnologias. Com isso acabam abertos para a descoberta do mundo, tendo uma atração especial pelo computador, assim como celulares, videogames, etc. Sendo assim, por que não usarmos essa facilidade de utilizarem esses meios para uma nova forma de ensino-aprendizagem?

Não ficando apenas em transmitir ensinamentos para a simples assimilação e repetição, mas sim incentivar a criatividade e o compartilhar de soluções pode promover a reinvenção da velha sala de aula presencial, através da introdução de práticas que explorem a dinâmica da hipertextualidade e da interatividade das interfaces online. 

Com esse compartilhamento tanto entre alunos, professores e disciplinas podemos resolver um problema concreto ou compreender um fenômeno sob diferentes pontos de vista tornando-se mais atraente e não sendo vinculado a apenas uma disciplina específica.

Além disso a própria interdisciplinaridade por definição envolve trabalhos colaborativos e a tendência da educação está sendo voltada a essa colaboração. Somente as novas tecnologias, como da web 2.0 irão nos permitir a fazer isso, a estrutura física, presencial, não permite e nem mesmo o espaço ou o tempo. Com essas tecnologias estamos tendo condições de pensar em se ter uma vida de interdisciplinaridade.